sexta-feira, 4 de setembro de 2009
Charlie, Alan e Jake
Já faz quase cinco meses que o pequeno Otávio chegou e confesso que não tenho saído muito de casa desde então. Primeiro, porque as mamadas durante o dia ainda são de três em horas contando da hora que começam e, para quem vive em São Paulo e conhece os constantes congestionamentos, fazer qualquer coisa em pouco mais de uma hora não é tarefa fácil.
Em segundo lugar, com a gripe suína acabei me tornando um pouco mais caseira. Não tenho vergonha nenhuma de assumir isso já que acho que muitas mães também ficaram e ainda estão neuróticas por causa dessa doença que, honestamente, espero que com a chegada da primavera passe e nossas vidas voltem ao normal.
Em terceiro lugar, foi o friozinho que também me deixou mais preguiçosa para fazer qualquer programa na rua, principalmente os mais chatos, como ir ao mercado, à farmácia, ao pet shop e outras lojas de primeira necessidade. Durante esse período de reclusão em que eu quase virei uma ermitona a Internet e o telefone viraram meus principais aliados e o "delivery" se tornou, na minha opinião, a principal invenção do homem.
Foi ainda durante esta fase que eu também passei evitar os telejornais, principalmente os da Rede Globo, que quando ninguém mais falava com ênfase da tal gripe, continuava a contabilizar diariamente os mortos e a explorar o assunto das maneiras mais catastróficas e negativas, fazendo qualquer mãe quase pirada como eu pirar de vez. Como disse a Carla, uma antiga amiga da faculdade em seu Twitter parecia que "Dizer que tem H1N1 hj em dia deve ser o equivalente a dizer 'eu tenho AIDS' nos anos 80!"
Assim, foi cansada de assistir as mesmices trágicas das emissoras durante as mamadas que conheci Charlie, Alan e Jake da série "Two and a Half Men", transmitida diariamente pela Warner, canal 47 para quem assina a Net. Daí para frente as notícias ruins foram substituídas por boas gargalhadas com a história do solteirão e "pegador" Charlie que vive em Malibu, seu irmão divorciado e esquisitão Alan que mora com ele de favor e seu sobrinho, o simpático gorducho Jake que vem passar os finais de semana e completa o trio. O elenco também conta com a avó paterna, uma empregada folgada, uma vizinha maluca, mas doce, e é claro a ex-mulher de Alan, além de todas as "ficantes" de Charlie.
Não sei se são os hormônios, mas apesar da maternidade ser, sem demagogia, a coisa mais maravilhosa do mundo, nós ficamos muito sensíveis e eu que já era preocupada fiquei muito pior depois que o Otávio nasceu e eu me dei conta do que é de fato ser mãe. É claro que um bom seriado na TV jamais irá substituir o psicólogo ou o psiquiatra que devemos buscar caso nossos medos e angústias estejam atrapalhando a nossa vida, mas "conversar de verdade com Deus", como sugeriu a minha amigona Lu Ruas, encontrar com pessoas que a gente gosta, assistir a boas coisas na televisão e ler livros bacanas podem ser um bom começo para ajudar a manter nossa sanidade e nossos pensamentos longe de tudo o que é ruim. E é nisso que a série, que já está em sua 7ª temporada, têm me ajudado, mas eu sei que mudanças mais profundas ainda são mais do que necessárias...
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