sábado, 5 de setembro de 2009

Saudosismo by Melissa


É quase impossível ser balzaquiana e não se emocionar com a campanha de 30 anos da Melissa, que para a nossa sorte, apesar de já estar faz algum tempo no ar, ainda está sendo veiculada na íntegra.

Durante minha infância usei muito as sandálias de plástico cheias de charme, mas que enchiam os pés de bolhas, principalmente no verão depois das brincadeiras que faziam suar. Durante a minha adolescência, as "melissas" ficaram meio esquecidas, renegadas mesmo, sendo substituídas pelos mocassins, abotinados, babuches, rasteirinhas e por todos os outros sapatos que viraram febre nos anos 90 e começo deste século.

Foi só quando fiquei grávida do Otávio, no ano passado, que redescobri as antigas sandálias que já não são mais de plástico, mas sim de silicone, como informou, indignada, a vendedora da Galeria Melissa quando minha mãe questionou pagar R$ 70 por uma sandália de plástico.

Com o meu pequeno na barriga e os pés inchando já não dava mais para usar os sapatos que eu estava acostumada, mesmo os baixinhos e as rasteirinhas. Foi quando "pedi" de presente de Natal para minha mãe o modelo Campana na cor prata, um tom que na minha opinião combinaria com todas as minhas roupas de gestante.

Como foi super difícil encontrar o modelo na cor e no tamanho desejados já que em todas as lojas que visítávamos diziam que o produto já estava esgotado acabei virando "expert" em Melissa, um produto que pelo que percebi se reinventou e virou "cult" com uma imensa gama de cores e modelos para todas as ocasiões. Vi que têm gente que até coleciona este tipo de sapato e basta visitar o site da Melissa para entender o porquê, pois dá vontade mesmo de ter um par de cada tipo. Não coloquei o link neste post porque, pasmem, o site está em manutenção devido ao "elevadissimo" número de acessos.

Quando conseguimos encontrar a sandália que eu queria, não tirei mais ela do pé. Literalmente! Usei a minha "melissinha", como eu chamava a sandália quando eu era criança, durante toda a minha gestação e ainda continuo a usá-la quase que diariamente já que é "mega" confortável, tem um design lindo e continua combiando com todas as minhas roupas já que ainda não consegui perder todos os quilos que ganhei durante a gravidez.

Mas, voltando ao comercial, acho que vale a pena assistir pois, apesar dele fazer um paralelo com a Melissa, ele mostra de uma forma encantadora a vida de nós mulheres de 30 e poucos anos. E, como afirmei no começo desse post, é impossível não se emocionar ao lembrar com saudade da trajetória que nos levou de meninas a mulheres: das brincadeiras de boneca com as amigas, passando por todos os garotos que foram o "grande amor" das nossas vidas, pelas aulas de Educação Física cabuladas na escola, pelas viagens loucas da faculdade, pelas baladas que fizeram parte de toda a nossa juventude, até chegar no dia em que nos tornamos a pessoa adulta que somos hoje, com uma vida inteira ainda para viver e muito o que aprender.

Logo que o Otávio nasceu, enquanto eu ainda tinha disciplina de amamentá-lo na poltrona de amamentação com músicas suaves de fundo eu ficava relembrando todos os momentos felizes ou tristes da minha vida, mas que tinham me levado até ali. Foi assim que caiu a ficha que se eu pudesse viver de novo faria tudo exatamente igual só para chegar até aqui!

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Charlie, Alan e Jake



Já faz quase cinco meses que o pequeno Otávio chegou e confesso que não tenho saído muito de casa desde então. Primeiro, porque as mamadas durante o dia ainda são de três em horas contando da hora que começam e, para quem vive em São Paulo e conhece os constantes congestionamentos, fazer qualquer coisa em pouco mais de uma hora não é tarefa fácil.


Em segundo lugar, com a gripe suína acabei me tornando um pouco mais caseira. Não tenho vergonha nenhuma de assumir isso já que acho que muitas mães também ficaram e ainda estão neuróticas por causa dessa doença que, honestamente, espero que com a chegada da primavera passe e nossas vidas voltem ao normal.


Em terceiro lugar, foi o friozinho que também me deixou mais preguiçosa para fazer qualquer programa na rua, principalmente os mais chatos, como ir ao mercado, à farmácia, ao pet shop e outras lojas de primeira necessidade. Durante esse período de reclusão em que eu quase virei uma ermitona a Internet e o telefone viraram meus principais aliados e o "delivery" se tornou, na minha opinião, a principal invenção do homem.


Foi ainda durante esta fase que eu também passei evitar os telejornais, principalmente os da Rede Globo, que quando ninguém mais falava com ênfase da tal gripe, continuava a contabilizar diariamente os mortos e a explorar o assunto das maneiras mais catastróficas e negativas, fazendo qualquer mãe quase pirada como eu pirar de vez. Como disse a Carla, uma antiga amiga da faculdade em seu Twitter parecia que "Dizer que tem H1N1 hj em dia deve ser o equivalente a dizer 'eu tenho AIDS' nos anos 80!"


Assim, foi cansada de assistir as mesmices trágicas das emissoras durante as mamadas que conheci Charlie, Alan e Jake da série "Two and a Half Men", transmitida diariamente pela Warner, canal 47 para quem assina a Net. Daí para frente as notícias ruins foram substituídas por boas gargalhadas com a história do solteirão e "pegador" Charlie que vive em Malibu, seu irmão divorciado e esquisitão Alan que mora com ele de favor e seu sobrinho, o simpático gorducho Jake que vem passar os finais de semana e completa o trio. O elenco também conta com a avó paterna, uma empregada folgada, uma vizinha maluca, mas doce, e é claro a ex-mulher de Alan, além de todas as "ficantes" de Charlie.


Não sei se são os hormônios, mas apesar da maternidade ser, sem demagogia, a coisa mais maravilhosa do mundo, nós ficamos muito sensíveis e eu que já era preocupada fiquei muito pior depois que o Otávio nasceu e eu me dei conta do que é de fato ser mãe. É claro que um bom seriado na TV jamais irá substituir o psicólogo ou o psiquiatra que devemos buscar caso nossos medos e angústias estejam atrapalhando a nossa vida, mas "conversar de verdade com Deus", como sugeriu a minha amigona Lu Ruas, encontrar com pessoas que a gente gosta, assistir a boas coisas na televisão e ler livros bacanas podem ser um bom começo para ajudar a manter nossa sanidade e nossos pensamentos longe de tudo o que é ruim. E é nisso que a série, que já está em sua 7ª temporada, têm me ajudado, mas eu sei que mudanças mais profundas ainda são mais do que necessárias...

Leitura de mulherzinha

Parece mentira, mas o Otávio tem roubado todo o meu tempo livre e, entre fraldas, passeios, mamadas e, mais recentemente, papinhas de frutas, já se passaram mais de três meses desde a última postagem. Foi justamente entre uma mamada e outra que vi o trailer do filme "Os Delírios de Consumo de Becky Bloom", baseado em um livro de chorar de rir que eu li alguns anos atrás.

Faz tempo que quero escrever sobre livros escritos exclusivamente para mulheres. Não que eu seja feminista ou algo parecido, mas sim pelo simples fato de que eles podem ser muito divertidos. Este tipo de livro para quem ainda não teve a oportunidade de ler algum trata basicamente de mulheres comuns que vivem situações inusitadas em seu cotidiano com suas amigas, namorados ou maridos, familiares e colegas de trabalho. Geralmente, eles tem um toque de humor daqueles que faz a gente dar boas gargalhadas justamente por já ter passado por alguma coisa parecida e assim se sentir normal mesmo estando à beira de um ataque de nervos! Em alguns lugares do mundo, nas livrarias, assim como existem as prateleiras de biografias ou ficção, também existe a seção do que poderíamos chamar de "livros de mulherzinha".

Meu primeiro contato com este tipo de livro foi ainda na faculdade, quando li " O Diário de Bridget Jones" e sua sequência "No Limite da Razão", ambos escritos por Helen Fielding e que viraram filme. Em seguida, dei boas risadas com "A Imaginação Hiperativa de Olivia Joules", também de Helen Fielding.

A partir daí não parei mais e me delicio com as novidades fúteis escritas por mulheres e só para mulheres que chegam às livrarias. Uma das minhas autoras prediletas nesse segmento da literaura sem compromisso é Sophie Kinsella (www.randomhouse.com/bantamdell/kinsella/). Fui apresentada à consumidora compulsiva Becky Bloom, sua principal personagem, pela Fê, minha melhor amiga desde sempre e citada em quase todos os meus posts.

Já faz um bom tempo que li "Os Delírios de Consumo de Becky Bloom", o primeiro livro da série que meu marido chama de "literatura perniciosa", já que a protagonista adora ir às compras e, o que é pior, ela sempre arranja um jeito de justificar como "indispensável" a aquisição do mais dispensável dos objetos. Desde então, passei a acompanhar e a me divertir com todos os lançamentos da autora sejam eles sobre a Becky ou sobre outras personagens não menos interessantes e atrapalhadas, como Emma do "Can you Keep a Secret?", Lexi do "Remenber Me?" e Samantha do "Undomestic Goddness". Estes eu li em inglês para treinar o idioma, mas acho que já foram lançados por aqui.

Para quem se interessou e quer se entreter com uma leitura leve, bem humorada e que comprova que nós mulheres somos perfeitamente normais dentro da nossa anormalidade, vale a pena pesquisar na Internet para conhecer também Emily Griffin (www.emilygiffin.com/
), autora do delicioso "Something Blue" e Melissa Nathan (www.melissanathan.com/), que escreveu o "The Waitress".

Boa leitura!