Já faz um bom tempo que não apareço por aqui. Confesso que não foi pela falta de assuntos legais para falar, mas sim pela preguiça típica do final da gravidez e também pelo monte de coisas que nós mães temos que providenciar antes da chegada dos pequenos.
Domingo foi meu primeiro Dia das Mães e achei que essa era uma boa oportunidade para marcar a minha volta ao blog e eternizar em palavras a emoção desse momento. Claro que a chegada do Otávio no dia 11 de Abril foi um motivo infinitamente maior, mas o período de adaptação tomou todo o meu tempo e foi impossível escrever antes.
Como já contei em outro post a jornada da maternidade começou em Agosto do ano passado, mais precisamente no Dia dos Pais, quando descobri que seria mãe. Algumas semanas mais tarde, fiz um teste de laboratório e vi que era uma garotinho que estava a caminho. E, com uma velocidade impressionante, nove meses se passaram até que, em uma consulta de rotina ao ginecologista, na terça-feira, 07 de Abril, decidi marcar a cesárea já para o sábado seguinte, véspera de Páscoa.
Quem já passou por isso, conhece o sentimento. Um mix de alegria, ansiedade, medo e "de será que vai dar tempo de arrumar tudo que ainda falta?" tomaram conta de mim nos dias até o grande dia. Para ficar um pouco mais tranquila tentei me ocupar organizando tudo que não havia sido necessário organizar nos quase nove meses anteriores: finalmente coloquei a confecção no berço, cada urso passou a ocupar seu devido nicho e o kit de higiene ficou pronto para ser prático durante as madrugadas em claro. Nessa semana também fiz pela primeira vez uma compra de mês, afinal estava consciente de que comer fora e "passar" no mercado quase que diariamente estariam fora de cogitação pelo menos nos primeiros meses. Até o Nemo, meu Schnauzer, entrou nos preparativos e tomou banho e foi tosado dois dias antes da chegada do Otávio.
Finalmente chegou o dia. Acordamos lá pelas seis. Dessa vez, diferente de todas as outras vezes que saímos tão cedo de casa, não pudemos passar na padaria para tomar o café da manhã. Eu estava de jejum desde o jantar do dia anterior! O céu estava azul e o sol já brilhava suave. Cheguei na maternidade com muitas malas, segundo o Daniel, mas como vimos durante a espera para ir ao centro cirúrgico não tinha muito mais do que as outras mães que também teriam bebê naquele dia.
Mais rápido do que eu achava seria, foram feitos os exames de rotina, a depilação que deixa qualquer profissional de salão de beleza de cabelo em pé e fui levada à sala de cirurgia. Em alguns minutos eu já estava aguardando pela tão temida "raqui". Para as mães que passarão por isso, só posso dizer que a única picada que senti foi o anestésico para recebê-la. Em questão de segundos, a anestesia já estava agindo no meu corpo. Minhas pernas pareciam não existir, minha boca estava seca e eu totalmente "grogue". Nesse momento, aparece o Daniel fazendo carinho na minha cabeça coberta por uma touca de hospital.
Alguns pouquíssimos minutos depois, sem que eu me desse conta de que aquele choro vinha da mesma sala que eu estava, percebo que já era o Otávio que está ali. Quase sem conseguir falar e me fazer ouvir por causa da anestesia pergunto se está tudo bem e se ele é perfeito. "Sim, ele é muito lindo", responde o Daniel sob o encantamento da paternidade.
Mais alguns minutos se passaram quando a enfermeira me mostra um menino fofo e de olhos bem grandes que chora sem parar até ser colocado sobre o meu peito. Não conseguia mexer os meus braços e tinha medo de deixá-lo cair, mas acho que como 100% das mães me apaixonei à primeira vista.
Hoje, já se passou um mês. Nos primeiro dias na maternidade ainda sentia ele mexer dentro de mim. Sensação que foi substituída rapidamente pela de ele mamando em meu peito enquanto eu tentava dormir imaginando se ele estava bem no berçário ao lado.
Em casa, as primeiras semanas foram loucas. Quando caía a noite ficava deprimida e amedrontada imaginando se tudo correria bem, se eu saberia o que fazer quando seu choro disparasse meu coração ou seu silêncio permitisse que os barulhos do mundo lá fora entrassem pela janela. É, descobri que é assim: quando eles choram a gente se preocupa se está tudo bem e quando não choram também. E, ao tentar pegar no sono entre uma mamada e outra, concluí que ser mãe é dormir com um olho aberto, um ouvido atento e uma mente alerta para o resto de nossas vidas.
Conforme o tempo vai passando tudo vai entrando nos eixos. Eu vou aprendendo a ser mãe e ele filho, nos aspectos técnicos e emocionais da maternidade. As mamadas que parecem tão instintivas precisam ser aprendidas sim, elas não são tão fáceis quanto podem parecer e é preciso dedicação para realizá-la com perfeição. Já o banho e o corte de unhas, mães frescas (uma expressão que eu descobri que também é usada para nomear quem é mãe recente), são bem mais tranquilos de realizar do que eu imaginava.
Percebi nesse primeiro mês que o dia-a-dia para funcionar requer disciplina, paciência e acima de tudo amor, pois nossos bebês sentem quando estamos ansiosas pelo choro sem razão, realizada pelo arroto de "gente grande" depois da mamada, contentes quando dormem um soninho revigorante e muito mais contentes ainda quando os pegamos no berço para enchê-los de carinho e atenção durante a troca de fralda, a mamada e o tempo que estiverem acordados já reclamando de ficarem muito tempo na mesma posição ou esticando pescocinho e arregalando os olhinhos para espiarem de onde vem um barulho, uma luz ou alguma outra coisa qualquer.
Parabéns pelo nascimento do seu bebe! Bjs
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